domingo, 19 de setembro de 2010

Remédio para reumatismo pode ajudar diabéticos

Cientistas da Unicamp concluíram que medicamento usado há mais de 20 anos para doenças reumáticas pode ser eficaz para reduzir a resistência de células de alguns pacientes à insulina. A diabetes tipo 2 afeta quase 5% da população no mundo

Um remédio usado há quase 20 anos no tratamento de doenças reumáticas também pode ser alternativa para combater o diabetes tipo 2 -que afeta quase 5% da população em todo o mundo.

Cientistas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) descobriram que a diacereína -comercializada com o nome de Artrodar- consegue reduzir a resistência das células à insulina.

“O diabetes tipo 2 causa um efeito inflamatório subclínico nos tecidos e nos vasos. Ou seja: o paciente não tem febre ou dores, mas a inflamação está lá e provoca danos mesmo assim’’, afirma o coordenador do trabalho, Mário José Abdalla Saad.

A diacereína age combatendo essa inflamação. A substância consegue inibir a produção de algumas proteínas, que dificultam a ação da insulina no organismo.

Uma aluna de doutorado de Saad irá defender uma tese relatando o método no fim de setembro.

Os testes com animais em laboratório devem começar em breve e, segundo Saad, os pesquisadores estão confiantes que os resultados serão “muito positivos’’.

O otimismo dos cientistas vem do sucesso do trabalho anterior do grupo, que provou que o ácido acetilsalicíclico -a popular aspirina- é eficaz contra o diabetes.

O composto age da mesma forma que a diacereína, inibindo a ação de algumas proteínas. A aspirina, porém, necessita de doses muito maiores para fazer efeito: o equivalente a dezenas de comprimidos comuns.

Quantidades tão elevadas podem causar sangramentos gastrointestinais e “zumbidos’’ no ouvido, o que inviabiliza seu uso em humanos, afirma o coordenador.

Baixo custo
O tratamento com a diacereína é promissor, de acordo com os pesquisadores, porque seu uso já é consagrado no mercado. Isso reduziria os custos de aplicação, uma vez que a patente está próxima de cair, e também as dificuldades para liberação de testes em humanos.

“O futuro está em encontrar novas aplicações para drogas que já existem’’, afirma o cientista. (das agências)

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