quarta-feira, 28 de abril de 2010

Instituto Butantan procura parceiros para pesquisas na Amazônia

Evento realizado na sede da Fiesp teve finalidade de atrair atenção do empresariado para questão ambiental

SÃO PAULO [ ABN NEWS ] - O Instituto Butantan expôs as oportunidades e as perspectivas para a indústria brasileira em participar da exploração da imensa biodiversidade da Amazônia para estudos de bioprospecção e desenvolvimento de novas substâncias farmacêuticas. O evento Perspectivas do Projeto Butantan - Amazônia para a Indústria Brasileira, realizado na semana passada na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), teve a finalidade de atrair a atenção do empresariado para a questão ambiental.

Pela manhã, foram apresentados produtos desenvolvidos pelo instituto, que há quatro anos faz pesquisas na Amazônia; e à tarde, houve exposição de experiências e parcerias do Butantan com empresários do setor farmacêutico. "É um projeto muito ambicioso em estágio adiantado que oferece um leque de oportunidades. A região tem alta incidência de animais peçonhentos e diversidade de biomas", destacou o diretor do Instituto Butantan, Otavio Azevedo Mercadante.

Na abertura da palestra, o presidente do Conselho Superior do Meio Ambiente da Fiesp, Walter Lazzarini, afirmou que a falta de desenvolvimento competente e racional deu motivos para pensamentos como a "Amazônia é do mundo" e ideias "esdrúxulas" como a de se vender produtos da região para pagar a dívida externa, Por isso, disse ser importante e oportuna a discussão, a reflexão e ações para desenvolver a Amazônia.

Autonomia

Antes de falar da atuação do Butantan na Amazônia e dos projetos em andamento, Mercadante informou que desde a sua origem, há quase 110 anos, o instituto tem a tríplice missão: de produção imunobiológica, pesquisa e desenvolvimento e difusão cultural. Destacou que 90% das vacinas consumidas no Brasil são produzidas no instituto e a produção é crescente. Os soros respondem por mais de 60% da produção nacional.

O diretor também informou que orçamento do Butantan se compõe de investimento da Secretaria Estadual da Saúde, recursos da Fapesp e outras agências, da Finep, do Ministério da Saúde (venda de vacinas e soros) e fundos de apoio à pesquisa como o BNDES/Funcet. Disse que há entraves nas parcerias público-privadas por conta de propriedade industrial e patente.

Ele ainda adiantou que há um decreto de aplicação da lei de inovação paulista que, se aprovado, dará autonomia ao Butantan para fazer licenciamento e operações referentes a royalties decorrentes de patentes. Mercadante acrescentou que o Butantan não pode dispor de titularidade, embora tenha várias patentes que entram como Fundação Butantan.

O instituto

Sobre o projeto Butantan-Amazônia, o diretor disse que o instituto investe na criação do Centro de Pesquisas de Belterra (PA), na formação de doutores para cuidar dos projetos de biodiversidade, na recuperação arquitetônica de chamada de Fordlândia (vila fundada pela Ford no século passado) e na informação à comunidade ribeirinha sobre os riscos de acidentes com animais peçonhentos, já que é a região do País com maior incidência.

A pesquisadora do laboratório de biofísica e bioquímica, Ana Maria Chudzinski, falou da criação de compostos para tratamento de problemas de coagulação sanguínea e dos desafios de transformar substâncias naturais em produtos de usos terapêuticos. As pesquisas (com taturanas, sanguessugas e carrapatos) são orientadas para a criação de anticoagulantes. As pesquisas já levaram à obtenção de cinco patentes.

Já a pesquisadora do Laboratório de Dor, Gisele Picolo, discursou sobre a procura de moléculas de origem natural com ação analgésica. "Por que buscar novos analgésicos? Estimativas mostram que 30% das pessoas sofrem de dor moderada ou aguda ou que todos sentirão dor em alguma fase da vida", assegura a pesquisadora. A maioria dos analgésicos é feita a partir de animais e plantas como é o caso da morfina (papoula) e da aspirina (salgueiro).

Novos remédios

Outras fontes potenciais para a fabricação de analgésico são as serpentes, escorpiões, aranhas peçonhentas e animais marinhos. Destacou que o exemplo mais promissor de analgésico feito no laboratório é a crotalfina. Desenvolvida a partir de venenos de serpente, já passou por testes clínicos no Brasil e agora serão feitos testes no exterior, sob a responsabilidade da empresa farmacêutica Achè, que comercializará o produto.

O diretor do Centro de Biotecnologia, Paulo Lee Ho, discorreu sobre o desenvolvimento de adjuvantes de vacinas. Substância que aumenta a resposta imune do organismo, o adjuvante necessita de menos antígeno (princípio ativo da vacina), o que reduz o preço do medicamento e aumenta a produtividade. Um dos exemplos de sucesso de uso de adjuvante é a vacina contra a coqueluche.

Osvaldo Brazil Esteves Sant`Ana, diretor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Toxinas, ressaltou a importância da aproximação entre os pesquisadores e o setor privado. "Na Amazônia, há um manancial a ser desvendado e preciso para somar conhecimentos e trabalhar juntos". Ele disse que o modelo adequado seria uma combinação entre o setor acadêmico e o empreendedor.

Drogas

Mercadante completou mostrando a diferença entre os dois setores. O desafio é conciliar o fato de que "as empresas buscam resultados imediatos. E os cientistas seguem sua vocação de alargar a fronteira do conhecimento". Celso Monteiro Carvalho, vice-presidente da Fiesp, disse que é preciso "ter mais humildade para dialogar" ao conciliar os interesses do setor acadêmico com a indústria.

Fernando Perez, diretor-executivo da Recepta biofarma, relatou a experiência da empresa especializada no tratamento de câncer. A doença é a segunda causa de morte no Brasil e aumenta de acordo com a longevidade da população, enquanto os custos do tratamento são altos porque os remédios são importados. "Drogas para tratar o câncer terão o maior faturamento do mundo", prevê.

A Recepta tem parceria com o Butantan, com a Faculdade de Medicina da USP e outras instituições e é uma das poucas a fazer testes clínicos e licenciamentos. Ao discorrer sobre a relação entre a indústria farmacêutica e as pesquisas, disse que projetos de biotecnologia "ainda assustam o empresário", porque envolve altos investimentos e há elementos de riscos.

Cientistas nativos

José Walter da Silva Jr, da Ourofino Agronegócios, disse que 29% dos produtos da empresa são de origem biológica (vacinas e soros) e daí a cooperação tecnológica com o Instituto Butantan. A parceria envolve criação de vacinas veterinárias em conjunto, transferência de tecnologia e formação/qualificação e treinamento de pessoal qualificado.

Silva Jr. reforça que a velocidade e as necessidades do mercado são bem diferentes daquelas existentes na academia, mas o "cenário é positivo e vem melhorando. Acredito que é o caminho para outras empresas seguirem mesmo com as incertezas inerentes ao produto em desenvolvimento", destacou.

Marcio de Paula, da Biolab Farmacêutica, destacou os benefícios da inovação farmacêutica em relação às terapias antigas. A empresa tem parceria com universidades e centros de pesquisas em projetos de tratamento da dor, reparação tecidual e câncer.

Spartaco Astolfi Filho, professor da Universidade Federal da Amazônia e assessor científico da Cristália Produtos Químicos Farmacêuticas, falou da falta de profissional qualificado e de cientistas da região Norte do País. Convidou o Butantan a participar da Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte), que criará cursos de pós-graduação na área científica de biodiversidade e biotecnologia nos nove Estados que participam da Amazônia Legal. Mercadante mostrou interesse já que o projeto na Amazônia inclui a formação de cientistas nativos.

Fonte: Agência Brasileira de Notícias - ABN

domingo, 18 de abril de 2010

Justiça suspende liminar de farmácias

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspendeu a liminar da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) e da Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácias) que permitia a venda de remédios nas prateleiras e da comercialização de outros produtos. A decisão foi tomada na segunda-feira e publicada anteontem no Diário Oficial da União.

A RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 44 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicada em 2009, entrou em vigor em 18 de fevereiro. A medida determina que os medicamentos fiquem atrás do balcão das farmácias e que apenas produtos ligados à Saúde sejam vendidos nos estabelecimentos.

Para o diretor seccional do Conselho Regional de Farmácias de Santo André, Marcos Machado Ferreira, a decisão do STJ foi uma vitória. "A resolução não tem intuito de atrapalhar a farmácia como empresa. O objetivo é garantir que a população receba orientação adequada na hora da compra do medicamento", explicou.

Ferreira acredita que o medo dos donos dos locais é de que a medida reflita no faturamento. "O estabelecimento não pode ser comparado a um comércio qualquer. Nele são vendidos medicamentos, que não podem ser comparados a outros produtos", ressaltou.

DECISÃO - Mesmo com a suspensão da liminar, farmácias vinculadas à ABCFarma (Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico), que possui decisão provisória em vigor, podem continuar a venda de medicamentos em gôndolas e de produtos que não se enquadram como farmacêuticos.

Em nota, a Abrafarma informou que nada muda por conta da liminar da ABCFarma, mas declarou que vai recorrer da decisão do STJ. "Estamos em ‘guerra''. A favor do livre direito de escolha de preços e produtos pelo consumidor, e do direito do cidadão brasileiro ter acesso a uma farmácia do mesmo nível que se encontra no Exterior", disse em nota, o presidente executivo da entidade, Sérgio Mena Barreto.

O presidente da Febrafar, Edison Tamascia, disse que entrará com recurso. "Temos até o dia 19 para contestar a decisão. Nossa principal reivindicação é manter o mix de produtos para compor a lucratividade", informou. Procurada, a ABCFarma não respondeu.

Estabelecimentos desafiam a lei mesmo com queda de recurso

Mesmo tendo sido derrubadas no início da semana, as liminares da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) e da Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias) no STJ (Superior Tribunal de Justiça), diversas farmácias da região, integrantes das entidades, continuam comercializando os remédios nas gôndolas e vendendo itens de conveniência, como barras de cereais.

Ontem, o Diário percorreu algumas delas na região e constatou que pelo menos três grandes redes de farmácias ainda disponibilizam os remédios para os clientes e vendem itens não relacionados à Saúde.

Em uma unidade da Drogaria São Paulo de São Caetano, a gerente disse que não havia sido informada sobre a queda da liminar.

A responsável pela Droga Raia da Avenida Dom Pedro II, em Santo André, assegurou que a liminar da Abrafarma não havia caído. No entanto, também citou que a rede faz parte da ABCFarma (Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico), que permanece com a liminar válida.

Na Drogaria Pacheco, no Centro de Santo André, os medicamentos estavam expostos em vitrines, embaixo do balcão, protegidos por vidro que impede o contato direto do cliente com os produtos.

VITRINES - Em três farmácias, das redes Drogaria São Paulo, Farmais visitadas também foi constatado o uso de uma espécie de vitrine, embaixo do balcão do farmacêutico, mas com os vidros abertos. Na SOS Farma, que não pertence à Abrafarma, nem à Febrafar, também foi constatado o uso do equipamento para expor os remédios. (Deborah Moreira)

Fonte: Diario do Grande ABC

terça-feira, 13 de abril de 2010

Novo iogurte previne câncer e doenças coronárias

Santo iogurte

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) produziram um iogurte que previne doenças coronárias, câncer de intestino e cólon, além de diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL), prisão de ventre e intolerância à lactose.

A bebida previne as doenças porque agrega, além de bactérias típicas dos iogurtes, três microrganismos que fazem bem a saúde.

Fonte de fibras

O novo iogurte tem textura e sabor parecidos com o do iogurte comum, necessita dos mesmos cuidados de armazenagem e custa 30% mais caro. Feito com leite desnatado, também é light e fonte de fibras.

"Não existe no mercado um leite fermentado com um coquetel de benefícios tão grandes", afirma o engenheiro agrônomo Ricardo Pinheiro, que desenvolveu o iogurte durante o seu duplo doutorado, feito na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP e na Universidade de Gênova (Itália).

Bactérias no iogurte

Iogurtes têm naturalmente as bactérias Streptococcus thermophilus e Lactobacillus bulgaricus, que, juntas, auxiliam quem tem prisão de ventre.

Algumas bebidas têm, além dessas, até duas bactérias que, quando administradas vivas e em quantidade adequada, conferem saúde as pessoas (probióticas).

O alimento produzido pela USP possui três bactérias probióticas além das comuns a todos iogurtes. Quando elas chegam ao intestino, tomam o espaço e alimento dos microrganismos indesejáveis que lá habitam e os eliminam.

Metabolismo complicado

Para a bebida fazer efeito, é necessário que todos as bactérias cheguem vivas ao intestino - e em uma concentração de 10 a 100 milhões de colônias de organismos por mililitro (ml) de produto.

Por isso, a maior dificuldade em fabricar o iogurte foi conseguir que, em um período de 35 dias, as bactérias não matassem umas às outras ao acidificar a bebida e competir por alimento.

"Manter a quantidade apropriada de bactérias é difícil", diz Pinheiro. "O metabolismo de uma bactéria pode prejudicar outra. As do gênero Bifidobacterium, por exemplo, produzem ácido acético, fatal para os lactobacilos."

Nutrientes

Para contornar essas dificuldades, Pinheiro estudou quais nutrientes cada bactéria necessitava e os produtos que excretava quando estavam sozinhas e em conjunto no leite.

Ele concluiu que a melhor solução era adicionar ao iogurte um açúcar chamado inulina, que é fonte de alimento para as bactérias e impede que algumas "morram de fome".

Outras soluções foram colocar na bebida quantidades maiores dos microrganismos mais frágeis e envolvê-los com uma goma que os impedia de serem danificadas pelo metabolismo dos outros.

Segundo o pesquisador, o resultado agrada. "O produto é funcional e bastante aceitável ao paladar. Ele é mais caro, porém o benefício que traz é maior."

O novo iogurte ainda precisa ser patenteada, para só depois começar a ser fabricado em escala industrial.

Fonte: Diario da Saude

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Concurso do Conselho Federal de Farmácia terá 216 vagas

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) realiza concurso público para preencher 216 postos de trabalho, dos quais 19 imediatos e o restante para formação de um cadastro reserva. As oportunidades são para os cargos de auxiliar administrativo, administrador, assessor jurídico, analista de sistema, auditor, bibliotecário, contador, farmacêutico, jornalista, programador, revisor de textos e secretária executiva trilíngue.

As vagas são para trabalhar no Rio de Janeiro e em outros estados, com salários que variam de R$ 920,57 a R$ 4.243,82. As inscrições poderão ser feitas, de 12 de abril a 31 de maio, pelo site www.quadrix.org.br. A taxa varia de R$ 30 a R$ 45. Veja AQUI o edital.

Fonte: Extra Online

Anvisa suspende fabricação do Lifaltracolimus e Lifalclozapina

De acordo com a resolução, o fabricante deve recolher todos os lotes dos produtos

Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada no Diário Oficial da União determinou como medida de interesse sanitário a suspensão da fabricação, distribuição, comércio e uso dos medicamentos Lifaltracolimus (tracolimo) e Lifalclozapina (clozapina). Os produtos fabricados por Lifal Laboratório Farmacêutico de Alagoas S.A. estão sem registro no país.

De acordo com a resolução, o fabricante deve recolher todos os lotes dos produtos. A proibição vale para todo o país, a partir de hoje. O tracolimo é usado para evitar a rejeição de órgãos transplantados, e a clozapina é um antipsicótico, indicado no tratamento de transtornos como a esquizofrenia. Os pacientes que fazem uso dos medicamentos devem procurar seus médicos para efetuar a substituição do tratamento.

Os dois medicamentos foram fabricados legalmente no país até dezembro de 2009, quando a Anvisa indeferiu o pedido de renovação de registro para os dois produtos. A empresa recorreu da decisão, mas a Anvisa optou por manter o indeferimento.

Durante o processo de renovação do registro, a empresa não apresentou documentos suficientes que comprovassem a segurança, eficácia e qualidade dos produtos. Problemas com a validação dos métodos analíticos do medicamento Lifaltacrolimus, por exemplo, resultaram na não aceitação de diversos estudos apresentados pelo laboratório.

Fonte: ANVISA
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