terça-feira, 28 de setembro de 2010

O mundo devia aproveitar-se mais a experiência dos farmacêuticos

Bastonário: "Devia aproveitar-se mais a expertise* dos farmacêuticos"

*Experiência adquirida, em meio profissional, ao longo de sua carreira, num mesmo segmento de mercado.

No seu discurso de abertura da cerimónia que assinala o Dia do Farmacêutico, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Carlos Maurício Barbosa defendeu que “o país deve apostar e investir no reforço das competências dos farmacêuticos e no alargamento da sua intervenção no sistema de saúde”.

Para o bastonário, “a capacidade técnica e científica dos farmacêuticos é muito superior à utilização actual que a sociedade dela faz”, o que considera ser “um desperdício social”.

Maurício Barbosa defendeu que “os farmacêuticos podem desempenhar um papel muito importante, quer na promoção do uso racional do medicamento, quer na promoção da adesão à terapêutica, quer ainda na revisão da terapêutica dos doentes”.

“Trata-se de aproveitar, mais e mais, a expertise dos farmacêuticos”, concluiu.

“Não visualizámos ainda uma política estruturada para a saúde em Portugal para os próximos anos”

No seu discurso de abertura da cerimónia, Maurício Barbosa foi também bastante crítico das novas medidas apresentadas pelo Ministério da Saúde na semana passada.

Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia, Maurício Barbosa defendeu que “a política da saúde deve ser sempre estrutural e não conjuntural”, e destacou que estas “medidas conjunturais fazem mais mossa no sector da saúde, nos diferentes operadores e nos próprios doentes”. “Este é que é o meu grande princípio geral, que não tem vindo a ser tido em consideração por parte do governo”, disse o bastonário, sublinhando que “temos um governo que está em funções há mais de um ano e não visualizámos ainda uma política estruturada para a saúde em Portugal para os próximos anos”.



O representante dos farmacêuticos acredita que é necessário “pegar de frente nesta questão da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde”. “De facto, temos um problema de sustentabilidade. Não vale a pena negarmos mais. E isto só se enfrenta com medidas estruturais”, disse.

“Costumo dizer que nem só com cortes podemos resolver o problema de estabilidade do país, e em particular o da saúde. Este é o terceiro abaixamento administrativo dos preços dos medicamentos. É evidente que é um tema para o Governo tratar com as respectivas associações sectoriais – a ANF, a Apifarma, etc. –, mas a Ordem fica preocupada porque quer ver, em primeiro lugar, viabilidade económica dos operadores. É muito importante que esta seja assegurada. Os operadores do circuito do medicamento, desde a produção à dispensa, têm que ter viabilidade económica, para terem qualidade”, defendeu Maurício Barbosa.



Receita electrónica “vai ser um grande avanço”

Sobre a receita electrónica, que o secretário de Estado Óscar Gaspar anunciou que vai ser obrigatória a partir de 1 de Março, o bastonário disse acreditar que “vai ser um grande avanço”.

“Aliás, houve há uns anos experiências em Portalegre de prescrição electrónica que resultaram muito bem, e que foram interrompidas por este Governo. E agora estão a retomar….”, lembrou.


 

Fonte: RCM Pharma

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