sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Medicamento magistral é melhor solução para tratamento personalizado de crianças

As crianças nem sempre conseguem ingerir comprimidos grandes. Como comprimidos não são fabricados em diversos tamanhos e nas dosagens correspondentes as doses infantis, é possível manipular de acordo com a necessidade e condições de cada paciente.


A hipertensão arterial infantil, assim como as demais doenças, deve ser tratada adequadamente com medicamentos que possibilitam o controle da pressão, proporcionando uma vida normal ao paciente. Geralmente os medicamentos prescritos pelos médicos contêm formas impróprias para o consumo infantil ou as doses não são adequadas a real quantidade a ser consumida.

O diagnóstico precoce da doença é imprescindível para evitar o agravamento de doenças renais.

Para as crianças conseguirem ingerir, algumas mães cortam ao meio as cápsulas ou comprimido em até quatro partes por recomendação médica, pois no Brasil não existem medicamentos anti-hipertensivos pediátricos produzidos pela indústria farmacêutica, apenas são produzidos remédios para adultos.

Neste procedimento pode haver a superdose, quando a quantidade de substância ingerida é maior do que a prescrita, podendo ocasionar efeitos colaterais ou subdose, quando a parte do comprimido ingerida não supre a necessidade de controle ou cura da patologia.

Estudos nesse sentido demonstraram que a prática da quebra de comprimidos pode afetar a posologia - através de dosagens da uniformidade de massa, foi comprovado que mesmo condições rigorosamente controladas de partição, houve variabilidade nos resultados, o que sugere perdas de partículas durante o processo.

O setor magistral é a melhor opção no caso de uso de dosagens individualizadas, principalmente nas doenças que envolvem crianças.
Pode-se manipular o medicamento em forma líquida inclusive com sabores de preferência da criança como morango, abacaxi, cereja e laranja. Mas caso a substância não permita a manipulação no estado líquido, é possível ajustar o tamanho da cápsula de acordo com as condições físicas e necessidades patológicas do paciente.

Um dos sintomas da hipertensão arterial é a Insuficiência Renal Aguda (IRA). Ao início de IRA deve sempre ser realizada a reavaliação do perfil de medicações do paciente, para observar a necessidade do ajuste das doses. Muitas vezes as doses devem ser baixas e administradas num menor período de tempo (intervalo terapêutico). Na maioria das vezes as dosagens requeridas pelos pacientes com IRA não se encontram no mercado em especialidades farmacêuticas industrializadas, e deve-se recorrer à farmácia magistral para a manipulação das substâncias nas dosagens requeridas.

Acontece o mesmo com pacientes com insuficiência hepática. Geralmente a metabolização dos fármacos fica comprometida e doses usuais de substâncias podem causar intoxicações devido ao aumento expressivo da meia-vida plasmática.

Magistrais ou manipulados são aqueles medicamentos prescritos pelo médico e preparados para cada caso, com indicação de composição qualitativa e quantitativa, da forma farmacêutica e da maneira de administração. A farmácia magistral atende hoje no Brasil 60 milhões de pessoas ao ano, nas mais diversas especialidades.

A prescrição magistral permite ao médico a utilização de formulações que não são produzidas industrialmente por diversos motivos como: poucas prescrições, formas farmacêuticas menos usuais, prazo de validade curto, em casos de patologias que necessitam de um ajuste de dosagem e faixa etária do paciente.

Sem contar que a manipulação se caracteriza pelo preparo de fórmulas vendidas ou dispensadas na própria farmácia e não a terceiros. A relação é um elo entre médico, paciente e farmacêutico, que favorece a adesão ao tratamento com rastreabilidade que permite identificar e resolver qualquer necessidade de adequação no tratamento.

Já os medicamentos industrializados são produzidos em grandes lotes para venda a terceiros distantes e tem longo tempo de distribuição e prateleira, resolvendo os problemas de grandes populações, mas sem a possibilidade da interação imediata prescritor, farmacêutico e usuário.

A farmácia é o único estabelecimento autorizado por lei para o preparo e a venda do medicamento manipulado que não pode ser preparado em drogarias. O prescritor não pode induzir o paciente a manipular a fórmula numa farmácia especifica. Quem escolhe a farmácia de preferência é o paciente.

A segurança no procedimento é fundamental, por isso a manipulação de medicamentos a apresentação da receita médica. Caso o farmacêutico encontre alguma incoerência na prescrição tem possibilidade de conversar com o médico para esclarecer os dados da composição a ser manipulada. O uso desse tipo de medicamento está próximo da taxa zero de incidentes relativos a mortes, intoxicações e efeitos colaterais.

Sem restrições, qualquer paciente está apto a consumir as fórmulas como crianças e idosos (grupo que mais necessita de medicamentos personalizados devido a condições físicas), bebês recém nascidos e prematuros, pacientes com câncer, pacientes em cuidados paliativos, pacientes alérgicos a conservantes e outros componentes utilizados na fabricação de remédios industrializados, indivíduos mantidos sob nutrição intravenosa, entre outros.

Nos dias de hoje o preparo de medicamentos em farmácia está regulamentado pela ANVISA e cresce não só no Brasil, mas no mundo todo para responder a crescente necessidade da personalização das terapias.

Mas a indústria não é capaz de suprir todas as necessidades farmacêuticas em casos como limitações nas doses, limitações apresentadas (geralmente são fabricados na forma oral), fármacos descontinuados (alguns laboratórios param de produzir determinado medicamento por motivos econômicos) e falta de medicamentos.

A farmácia deve oferecer assistência farmacêutica. Verifique se o farmacêutico está presente. Exija bom atendimento. Observe a higiene do estabelecimento e dos funcionários. A farmácia deve ter em local visível o alvará de funcionamento da Vigilância Sanitária, que comprova que o estabelecimento atende às Boas Praticas de Manipulação de Medicamentos.

Medicamento deve ser seguro e eficaz, não importa se preparado em pequenas quantidades como na farmácia de manipulação ou em grandes quantidades produzidos na indústria.

Fonte: O Rio Branco

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