Apenas controle
O Diabetes mellitus é
uma doença provocada pela deficiência de produção ou de ação da insulina, cujo
principal sintoma é a alta quantidade de glicose no sangue (hiperglicemia).
Ela pode causar
diversos problemas crônicos, entre os quais a cegueira, a deficiência renal e
as doenças cardiovasculares.
Apesar dos esforços,
a doença prossegue avançando sem cura. O que existe atualmente é apenas
controle.
Mas um estudo
desenvolvido no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp deu agora um passo
importante para descortinar o entendimento do diabetes.
Citocina protetora
O pesquisador Gustavo
Jorge dos Santos mostrou que a citocina anti-inflamatória CNTF (Ciliary
Neurotrophic Factor) é capaz de
proteger as células produtoras de insulina
(células beta pancreáticas) contra a morte.
As citocinas são um
extenso grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células
durante o desencadeamento das respostas imunológicas.
"Assim, como uma
das causas do diabetes é a morte dessas células produtoras de insulina, o CNTF
pode ser um novo aliado na luta contra esse mal", expõe o pesquisador.
O trabalho também
indicou que a citocina estudada pode garantir um efeito protetor prolongado,
defendendo as células secretoras de insulina por um período de até 30 dias após
o início do tratamento.
Isto abre novas
possibilidades para a terapêutica auxiliar do diabetes, diminuindo a
necessidade de injeções diárias ou a dosagem de insulina injetada nos
pacientes, o que pode melhorar a sua qualidade de vida.
Cura do diabetes?
O pesquisador descobriu
que as células que recebem CNTF junto com aloxana (substância diabetogênica)
morrem menos do que as que recebiam somente esta droga, mostrando que o CNTF
protege as células.
Além do mais, quando
tais células não expressavam a proteína AMPK (que atua como um "sensor
energético" celular), o CNTF já não conseguia mais protegê-las, mostrando
que seu efeito protetor depende da inibição dessa proteína.
Como o CNTF e a AMPK
desempenham funções importantes nas células beta-pancreáticas, ambos poderão
ser alvos terapêuticos para o tratamento do diabetes.
Sobre a expectativa
de cura do diabetes, Gustavo Jorge esclarece que essa hipótese ainda está
descartada no momento, "porém, se o paciente se submeter ao tratamento
adequado", diz, "ele poderá viver bem".
Esse tratamento
inclui essencialmente controle da ingestão de alimentos (qualidade e
quantidade), aplicação correta de insulina, realização de atividade física
regular e acompanhamento médico-nutricional.
Fonte: Diário da Saúde
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