sábado, 27 de agosto de 2011

SINFARN REPUDIA IRREGULARIDADES NO DESCARTE DE MEDICAMENTOS


A sociedade potiguar encontra-se novamente em choque com as notícias veiculadas nos últimos dias nos meios de comunicação. Desta vez, o assunto é o desperdício de dinheiro por parte das autoridades que não dão importância à ação dos farmacêuticos nos serviços de saúde.

Estamos presenciando uma falência do sistema de saúde com a falta constante de recursos financeiros para cobrir as necessidades da população, que sofre com a irresponsabilidade e ingerência governamental. A contradição nisso tudo é que milhões de reais vão para o lixo devido à falta de farmacêuticos, profissionais que deveriam ser cada vez mais valorizados pela economia que produzem na gestão da logística dos medicamentos. Sem o farmacêutico não existe planejamento eficaz da compra, guarda e distribuição de medicamentos.


No ultimo dia 6 de agosto, um jornalista encontrou - após uma denúncia anônima - medicamentos descartados irregularmente em uma área de dunas
na praia de Genipabu. Entre o material, frascos de lidocaína injetável; sulfato de morfina; comprimidos de hidroclorodiazida; sulfato de salbutanol; soro fisiológico; epinefrinefina injetável; neomicina pomada; clenil spray; xaropes; Fentanest e Dorminre (tarja preta, uso controlado). A maioria das drogas está vencida desde 2009. A polícia está investigando para saber se os medicamentos provêm do serviço público ou privado.

Infelizmente, esse não foi um caso isolado. Um dia antes, foram encontradas 16 ampolas de Propofol (a mesma droga que ceifou a vida do cantor Michael Jackson) e cerca de 100 ampolas de insulina em uma área na Cidade da Esperança, por trás do Detran. O mais grave é que tudo estava dentro do prazo de validade e parte dos medicamentos pertence comprovadamente à rede pública de saúde.

Quem deveria dar bom exemplo na verdade é exemplo de ingerência. A Prefeitura Municipal de Natal não possui uma única unidade regular, sendo atuada constantemente pelo CRF/RN (Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Norte). As falhas começam com o planejamento da compra, passam pelo armazenamento e área física inadequados, número insuficiente de profissionais, exercício ilegal da profissão farmacêutica, desvio de função, condições precárias de trabalho, equipamentos ultrapassados, falta de humanização no atendimento e descontinuidade no abastecimento. Em um verdadeiro retrato do absurdo, banheiros são transformados em dispensários pelo município.

De nada adianta o avanço tecnológico se os medicamentos são armazenados de forma inadequada. “Não existe atenção farmacêutica nenhuma nesses estabelecimentos. O usuário recebe o medicamento através de uma grade de ferro, uma atitude que mostra insensibilidade e desprezo. Esse modelo desumano de farmácia até hoje persiste sem que as autoridades competentes tomem qualquer atitude. Enquanto isso, a população carente, que mais necessita de orientações, padece nesse modelo rudimentar”, afirma a presidente do Sinfarn, Jacira Prestes.

A falta de políticas de assistência farmacêutica pelo sistema municipal de saúde de Natal resulta em compras errôneas e volumosas e, consequentemente, no descarte de medicamentos e desperdício de dinheiro público. O DLS, setor responsável pela compra, armazenamento e distribuição de medicamentos da Prefeitura de Natal, precisa receber atenção urgente das autoridades. Mesmo com a disposição do Sindicato dos Farmacêuticos, Conselho de Farmácia, VISAS e do curso de Farmácia da UFRN em prestar consultoria gratuita para mudar a realidade, a gestão municipal tem desprezado qualquer iniciativa e transformado o DLS em um verdadeiro lixão.

Abaixo o desperdício! Precisamos de farmacêuticos já!

Farmacêuticos, a luta continua! Apenas unidos poderemos mudar a
realidade existente!

Fonte: SINFARN

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