domingo, 8 de maio de 2011

HPV: vacina é eficaz no combate ao câncer

No grupo de mulheres que usaram a vacina, a redução da incidência de contaminação nos casos de lesão e verrugas genitais alcançou 99%


Ao contrário do que era difundido, os últimos testes realizados com a vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV) mostraram que a imunização pode ser feita em homens e mulheres, independente da idade e, até mesmo, naqueles casos onde o indivíduo havia  sido infectado por um dos sorotipos diferentes dos presentes na vacina.

A boa notícia apresentada pelos pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz/Bahia) representa uma nova conquista da Medicina contra o câncer, afinal, o HPV é
o principal causador do câncer de colo de útero e responde pela metade dos casos de câncer de pênis.

De acordo com o pesquisador Edson Duarte Moreira Jr , os estudos mostraram resultados surpreendentes e alcançaram, em alguns casos,  99% de eficácia.

No grupo de  mulheres que usaram a vacina, a redução da incidência de contaminação nos casos de lesão e verrugas genitais alcançou 99%. Nos homens, o uso das vacinas conseguiu eficácia de 90% nos casos de lesão genital, 72% nos cânceres de orofaringe (boca e garganta) e 78% nos casos de câncer anal.

Imunização  
]
“Embora a vacina não tenha efeito terapêutico, ela imuniza contra os quatro sorotipos do vírus mais comuns e perigosos, então, mesmo que uma pessoa já tenha se contaminado com um deles, ao ser vacinado, ela se protege dos demais”, esclarece o médico e pesquisador.


Ele ressalta ainda que embora o ideal é que a vacinação seja feita em crianças de 9 anos, antes do início da vida sexual, nada impede que a proteção possa ser feita no bebê, como acontece com a Hepatite B.

Atualmente, a ciência identifica mais de 100 sorotipos de HPV, sendo que os tipos 6,11,16 e 18 são os mais perigosos. Nas palavras do próprio médico, assim como outras vacinas, tanto a bivalente (HPV 16, 18 ) quanto a quadrivalente ( HPV 6, 11, 16, 18) não apresentam reações adversas significativas e são pouco doloridas.

O pesquisador faz questão de afirmar que a alta eficácia da vacina se deve ao avanços dos estudos com DNA, que conseguiram identificar o gene do vírus, elaborando um capsídeo viral (que é uma capa que envolve o genoma do HPV) vazio que, uma vez introduzido no corpo humano, induz o organismo a produzir uma grande quantidade de anticorpos.

“Cada tipo viral tem o seu capsídeo viral específico para produção e uso como vacina”, esclarece o cientista.

Golpes  

Na Bahia, a Secretaria Municipal da Saúde não tem uma política pública voltada para a vacinação em massa, no entanto, algumas iniciativas no estado já estão sendo realizadas com sucesso. O município de São Francisco do Conde, por exemplo, foi o primeiro do Brasil a disponibilizar, por meio da rede pública de saúde, a vacina contra o HPV para meninas.


A proteção é alcançada após a aplicação de três doses da vacina, realizadas com intervalos de um e seis meses após a primeira aplicação.

Na rede privada de clínicas baianas, o valor de cada dose varia entre R$ 135 (bivalente, contra dois vírus) e R$ 285 (quadrivalente, contra quatro vírus).

Contato Amplo 

118 mil casos novos de câncer de colo uterino são registrados todos os anos no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 4 mil mulheres morrem, anualmente,  vítimas da doença que atinge o  colo de útero.


211% de todos os casos de câncer  que afetam as mulheres são causados por HPV. Além de lesões em colo uterino, as manifestações causadas pelo vírus também atingem regiões como a vulva, vagina, ânus, garganta, boca  e laringe.

350% da população sexualmente ativa  já teve contato com  o HPV em algum momento da vida. A estimativa é que 30 milhões de pessoas, em todo o mundo, tenham lesões de verruga genital/condiloma acuminado e  10 milhões tenham lesões no colo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...