quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Brasil é destaque em relatório da OMS sobre acesso a tratamento de AIDS

Relatório da OMS “Em direção ao tratamento universal”.
www.who.in
Progressos muito signicativos foram registrados em muitos países pobres e em desenvolvimento no acesso a tratamento para combater a AIDS e o vírus HIV. Essa é a principal conclusão do relatório “Em direção ao tratamento universal”, publicado na última terça-feira pela OMS, a Organização Mundial da Saúde, o UNICEF - Fundo das Nações Unidas para crianças e adolescentes - em conjunto com o UNAIDS, o Programa da ONU de combate ao HIV/AIDS.

O estudo revelou que houve progressos no acesso ao tratamento em 144 países pobres e em desenvolvimento. Em 15 países, como Botswana, Guiana e África do Sul, o acesso ao tratamento pelas mulheres grávidas portadoras do vírus atingiu 80%, o que ajuda a prevenir a transmissão da doença da mãe para o filho. Outra destaque foi que 8 países, como Cambodja, Cuba e Ruanda oferecem o trtamento com antiretrovirais para toda a população adulta infectada e em outros 14 países, incluindo o Brasil, cerca de 80% das crianças com o HIV recebem tratamento.

Segundo o relatório, no ano passado, 5 milhões e 250 mil pessoas tiveram acesso a tratamento, o que representa 36% das pessoas que precisam da terapia com medicamentos. O aumento foi de 1 milhão e 200 mil pessoas, comparado com os dados de dezembro de 2008. Apesar dos números confirmarem um aumento no acesso a tratamento, o relatório, no entanto, também ressalta que muitos desafios ainda devem ser superados para garantir acesso universal a todos os infectados.

Fonte: RFI

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PUC Rio - Polimorfismo e Nanofármacos

Especialistas do Brasil e da Argentina se encontrarão dia 8 de outubro para abordar questões como soluções técnicas, legislação e oportunidades de trabalho na indústria farmacêutica, no workshop “Polimorfismo e Nanofármacos: oportunidades, tendências e desafios na indústria farmacêutica”. O evento, que nasceu de uma parceria entre a NanoBusiness Informação e Inovação e o  Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), acontece no Auditório Amex (Prédio IAG/Campus da PUC-Rio), a partir das 9h.

Voltado para estudantes de engenharia, farmácia, direito, química, biologia, física e medicina, além de profissionais da indústria farmacêutica, o encontro pretende discutir o impacto do polimorfismo na legislação e no setor de patentes e propor soluções para problemas relativos ao controle de qualidade dos remédios que apresentam polimorfismo — propriedade que algumas substâncias têm de existir no estado sólido em mais de uma estrutura cristalina (forma ordenada dos átomos ou moléculas) e medicamentos que sofreram processos de nanonização (capazes de produzir partículas em escala nanométrica - mil vezes menores do que um micrômetro) e micronização (processo de moagem de um material, produzindo partículas na escala dos micrômetros).

Sem controle de qualidade e pesquisa dos remédios que apresentam polimorfismo, medicamentos podem ser ineficientes e até perigosos
O polimorfismo ocorre em remédios sólidos (comprimidos e drágeas). No Brasil não há uma legislação madura a respeito do seu controle — como existe na Europa e nos EUA, por exemplo — e o workshop pretende justamente sensibilizar a sociedade para a importância desta regulamentação. A Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) está atenta ao caso e vem criando portarias a respeito. Está em jogo a saúde das pessoas: remédios que não passem por este tipo de avaliação (geralmente os genéricos) podem ser ineficientes ou causar efeitos tóxicos.


Algumas indústrias já fazem esse controle com genéricos e os medicamentos fabricados em grandes laboratórios já chegam ao país com o crivo do FDA (Food and Drug Administration), garantindo assim eficiência e segurança nos seus resultados. Segundo Ronaldo Pedro da Silva, do e-Diffraction Pharma (unidade da NanoBusiness) e coordenador do evento, o Brasil não deixa nada a dever a outros países, pois conta com mão de obra e pesquisadores qualificados a prestarem este serviço de controle de qualidade e pesquisa, além de uma infraestrutura de equipamentos e laboratórios adequada.


A abertura do encontro ficará a cargo do Reitor da PUC-Rio, o Padre Josafá Carlos de Siqueira SJ. No evento, estarão presentes especialistas do Departamento de Engenharia de Materiais do CTC/PUC-Rio, Unicamp, Fiocruz, INPI, UFABC, Panalytical e Ceprocor (Argentina). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do e-mail workshop@nanobusiness.com.br.


SERVIÇO:


Evento: Workshop “Polimorfismo e Nanofármacos: oportunidades, tendências e desafios na Indústria farmacêutica

Data: 8 de outubro
Horário: Das 9h às 18h
Local: PUC-Rio (Auditório AMEX/Prédio IAG)
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 225
Telefone: 3527-1242

Inscrições e programação: workshop@nanobusiness.com.br
Outras informações: http://www.nanobusiness.com.br e http://www.e-diffraction.com

Chocolate terapêutico é desenvolvido por empresa da Paraíba

Chocolate terapêutico é desenvolvido por empresa da Paraíba
Amado por muitos e alertado por médicos no excesso do consumo, o chocolate curiosamente virou agora produto de prateleira de farmácia. Criado na Paraíba, em parceria com um laboratórios de outros estados, o doce ganhou ares de bom moço já que acrescido de componentes fitoterápicos pode auxiliar no tratamento de diversas doenças. Aliado ao poder que tem de proporcionar bem estar a quem consome e ao sabor inconfundível do doce, quem não suporta tomar comprimidos ou ingerir substâncias amargas agora têm um bom motivo para se cuidar melhor e sem tanto sofrimento.

O doce é usado como base para inserir substâncias que possuem ação terapêutica no organismo, como as fibras, vitaminas A e do complexo B, assim como alguns minerais, como o cálcio e o magnésio. Criado para ser uma fórmula manipulável, o produto também pode ser feito de acordo com indicação médica servindo para ampliar as possibilidades de uso do doce em outras doenças e até no tratamento de crianças, que mostram mais resistência aos tratamentos tradicionais.


“Já estamos testando também a inserção de outras substâncias. Todas são testadas e algumas não passam pelo controle já que alteram o sabor do doce, a consistência, e a idéia é tornar o ato de tomar o remédio uma coisa prazerosa”, comenta Elisângela Gomes, proprietária da Farmácia Roval, responsável pela criação da fórmula.


A guloseima nesse formato, que associa prazer e saúde, tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), já que possui 24 calorias para cada cinco gramas, não contem açúcares e glúten, além de ser feito com o leite de soja, o que possibilita os alérgicos a leite consumirem o doce. O produto conta ainda com 54% de cacau orgânico o que deixa o sabor do produto nem tão doce nem tão amargo.


Crianças e dietas- Lançado no estado entre a comunidade médica no mês de agosto, o chocolate terapêutico vem atendendo a demanda principalmente de pacientes que precisam perder peso. Através de dietas aplicadas por nutricionistas, gastros e ginecologistas o paciente pode suprir a necessidade do doce consumindo a barrinha. “No chocolate também inserimos substâncias inibidoras da fome que quando consumido antes das refeições faz com que a pessoa se sinta saciada com menos”, comenta Elisângela.


Outro filão do novo produto é o publico infantil. Com o atendimento em larga escala a crianças e adolescentes que possuem sobre peso, o laboratório já investiga possibilidades de inserir antibióticos no doce. “Nesse caso em especial estamos seguindo um apelo dos pediatras, mas como se trata de uma substância que exige um nível maior de controle teremos mais cautela em adequar a fórmula”, explica a empresária.


Quanto ao custo do doce de tratamento a média, para as substâncias mais simples, fica em torno de R$ 1,00 uma barra de 5g, o que faz do ato do tratamento além de prazeroso pouco oneroso para o bolso do paciente. Já para as substâncias mais complexas o preço do chocolate terapêutico varia de acordo com a posologia receitada.


Desafio- Atendida pelo projeto de Agentes de Inovação Local, o ALI, desenvolvido pelo Sebrae, agora a empresa enfrenta o desafio de divulgar o produto entre os consumidores. Segundo Douglas Xavier, agente local, a Anvisa não permite a publicidade de medicamentos, mas já estão sendo desenvolvidas formas estratégicas pára que a população conheça o chocolate terapêutico.


“A Agência não autoriza divulgação externa do produto. Através do Sebrae o plano de ação de marketing sugere a disposição de displays dentro das lojas, o lançamento de e-mail marketing, além da divulgação boca a boca entre os clientes”, afirma Douglas.

Fonte: Clikc PB

Anvisa cancela registro do medicamento Avandia


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou, nesta quarta-feira (29/9), o registro do medicamento Avandia, fabricado pela empresa Glaxo Smith Kline, que tem como princípio-ativo a substância rosiglitazona. A decisão foi tomada após a avaliação de estudos que demostraram que os riscos da utilização do medicamento superam seus benefícios. Também foi determinado que o laboratório produtor do medicamento faça o recolhimento do produto em todo o país.

O Avandia é indicado para o tratamento do diabetes tipo 2. Os pacientes que fazem uso deste medicamento devem procurar o seu médico para realizar a mudança necessária no tratamento. Atualmente, existem nove classes de medicamentos para este tipo de diabetes.

Entre os problemas identificados durante a avaliação do Avandia, está a alta probabilidade de ocorrência de infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, derrame e outros distúrbios cardíacos associados à utilização do produto.

Leia o alerta 

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Conhecer os componentes dos cosméticos pode evitar danos à saúde

Observe o que diz a embalagem do seu cosmético antes de usar

Produtos podem conter substâncias perigosas para seu organismo

Sejam tradicionais ou orgânicos, os cosméticos para nossa pele devem ser escolhidos com atenção. Compreender melhor a formulação dos produtos é uma garantia contra efeitos indesejáveis.

— É importante lembrar a extensão que é coberta em nosso corpo por pele. Qualquer dano de maior gravidade causado a esse órgão pode afetar nosso organismo como um todo. A escolha de um cosmético deve levar isso em conta — ensina Consuelo Fernandez Pereira, representante no Brasil da certificadora francesa Ecocert.

Segundo o farmacêutico e pesquisador em cosmetologia Maurício Pupo, alguns componentes, quando em contato com a pele, podem causar irritações e alergias cutâneas, ou mesmo doenças graves.
— Infelizmente, muitos desses componentes estão disfarçados nos produtos que usamos por aromas e corantes que os tornam mais agradáveis — explica.

Cosméticos com ureia, parabenos e formol e aqueles à base de derivados de petróleo são os mais perigosos.

Ureia – É um dos hidratantes mais usados. O que muitos desconhecem é o fato de ela ser proibida para gestantes. A ureia penetra profundamente na pele, podendo inclusive atravessar a placenta e entrar em contato com o feto em formação. Segundo regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), produtos com dosagens superiores a 3% da composição devem ter no rótulo a observação: “Não utilizar durante a gravidez”. A Anvisa ainda proíbe a fabricação de cosméticos com mais de 10% de ureia.

Parabenos – Os conservantes parabenos se comportam como se fossem o estrogênio, hormônio produzido pelo organismo feminino. Estudos recentes levantaram a hipótese de que o uso do conservante na região das axilas pode estar associado ao aumento da incidência de câncer de mama. Podem ser identificados com diversas nomenclaturas: parabens, Methylparaben, ethylparaben, propylparaben e butylparaben.

Conservantes que liberam formol – Além da conhecida toxicidade do formol, estudo realizado na Universidade de Debrecen (Hungria) revelou que o produto pode contribuir para o aparecimento de câncer induzido pela radiação ultravioleta do sol. O consumidor pode se proteger observando cuidadosamente os rótulos das embalagens, procurando pelas seguintes substâncias: quatérnium-15, diazolidinil hora, imidazolidinil ureia e DMDM hidantoína.

Propilenoglicol – Componente usado em ampla variedade de cosméticos como diluente. Seu uso prolongado pode causar alergias e irritações. Em 2005, estudo realizado com mais de 45 mil pacientes na Alemanha confirmou o potencial sensibilizante do propilenoglicol. Para saber se ele consta na composição, verifique a palavra propylene glycol no rótulo traseiro da embalagem.

Óleo mineral e derivados do petróleo – Estão presentes na maioria dos produtos cosméticos devido a suas propriedades emolientes para a pele. Entretanto, estudos recentes, realizados nos EUA e no Japão, associam o uso desses componentes ao aumento da mortalidade por diversos tipos de câncer, como de pulmão, esôfago e estômago, além de leucemia. Isso se deve à presença de um composto chamado 1,4-dioxano. Para identificar a presença desses componentes, basta procurar no rótulo traseiro as palavras paraffin oil e mineral oil.

Corantes e essências artificiais – A Comissão Europeia de Empresas e Indústrias Farmacêuticas afirma que os corantes e as essências podem causar irritações cutâneas. Pessoas com pré-disposição a alergias devem dar preferência a produtos sem corantes e com baixo teor de essências, ou com componentes naturais e orgânicos.

Fonte: Clic RBS

O mundo devia aproveitar-se mais a experiência dos farmacêuticos

Bastonário: "Devia aproveitar-se mais a expertise* dos farmacêuticos"

*Experiência adquirida, em meio profissional, ao longo de sua carreira, num mesmo segmento de mercado.

No seu discurso de abertura da cerimónia que assinala o Dia do Farmacêutico, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Carlos Maurício Barbosa defendeu que “o país deve apostar e investir no reforço das competências dos farmacêuticos e no alargamento da sua intervenção no sistema de saúde”.

Para o bastonário, “a capacidade técnica e científica dos farmacêuticos é muito superior à utilização actual que a sociedade dela faz”, o que considera ser “um desperdício social”.

Maurício Barbosa defendeu que “os farmacêuticos podem desempenhar um papel muito importante, quer na promoção do uso racional do medicamento, quer na promoção da adesão à terapêutica, quer ainda na revisão da terapêutica dos doentes”.

“Trata-se de aproveitar, mais e mais, a expertise dos farmacêuticos”, concluiu.

“Não visualizámos ainda uma política estruturada para a saúde em Portugal para os próximos anos”

No seu discurso de abertura da cerimónia, Maurício Barbosa foi também bastante crítico das novas medidas apresentadas pelo Ministério da Saúde na semana passada.

Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia, Maurício Barbosa defendeu que “a política da saúde deve ser sempre estrutural e não conjuntural”, e destacou que estas “medidas conjunturais fazem mais mossa no sector da saúde, nos diferentes operadores e nos próprios doentes”. “Este é que é o meu grande princípio geral, que não tem vindo a ser tido em consideração por parte do governo”, disse o bastonário, sublinhando que “temos um governo que está em funções há mais de um ano e não visualizámos ainda uma política estruturada para a saúde em Portugal para os próximos anos”.



O representante dos farmacêuticos acredita que é necessário “pegar de frente nesta questão da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde”. “De facto, temos um problema de sustentabilidade. Não vale a pena negarmos mais. E isto só se enfrenta com medidas estruturais”, disse.

“Costumo dizer que nem só com cortes podemos resolver o problema de estabilidade do país, e em particular o da saúde. Este é o terceiro abaixamento administrativo dos preços dos medicamentos. É evidente que é um tema para o Governo tratar com as respectivas associações sectoriais – a ANF, a Apifarma, etc. –, mas a Ordem fica preocupada porque quer ver, em primeiro lugar, viabilidade económica dos operadores. É muito importante que esta seja assegurada. Os operadores do circuito do medicamento, desde a produção à dispensa, têm que ter viabilidade económica, para terem qualidade”, defendeu Maurício Barbosa.



Receita electrónica “vai ser um grande avanço”

Sobre a receita electrónica, que o secretário de Estado Óscar Gaspar anunciou que vai ser obrigatória a partir de 1 de Março, o bastonário disse acreditar que “vai ser um grande avanço”.

“Aliás, houve há uns anos experiências em Portalegre de prescrição electrónica que resultaram muito bem, e que foram interrompidas por este Governo. E agora estão a retomar….”, lembrou.


 

Fonte: RCM Pharma

Um equívoco imperdoável do Governo


Senhor(a) farmacêutico(a),
 
Enviamos-lhe artigo do Presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza Santos, em que ele critica o Ministério da Saúde por não ter incluído o farmacêutico nas equipes multiprofissionais que atuarão no CAPS AD III (Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas 24 horas). O Centro é parte de um esforço do Governo, com a reforçar o enfrentamento ao crack e outras drogas.

Consta do elenco de medidas a oferta de 6.120 leitos e a expansão dos serviços de atenção. “Ora, deixar de fora da equipe justamente o profissional da saúde que é a excelência em medicamentos e em terapia medicamentosa exatamente onde necessariamente serão dispensados medicamentos é uma nonsense vexaminosa”, alerta Souza Santos.

Muito boa tarde e obrigado.
Jornalista Aloísio Brandão,
Assessor de Imprensa do Conselho Federal de Farmácia.
E-mail ass.imprensa@cff.org.br


ARTIGO
 

Um equívoco imperdoável do Governo

Jaldo de Souza Santos,
Presidente do Conselho Federal de Farmácia
E-mail: presidência@cff.org.br

O Governo Federal acaba de anunciar um conjunto de medidas estratégicas, com vistas a reforçar o enfrentamento ao crack e outras drogas. Consta do elenco de medidas a oferta de 6.120 leitos e a expansão dos serviços de atenção. Foi anunciada, ainda, a criação do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas 24 horas (CAPS AD III) que, num primeiro momento, oferecerá mais 600 leitos aos dependentes químicos. No Centro atuarão vários profissionais da saúde, além de pedagogos e assistente social. A medida governamental seria louvável, não fosse um gravíssimo equívoco de origem: a ausência do farmacêutico na equipe.

Ora, deixar de fora da equipe justamente o profissional da saúde que é a excelência em medicamentos e em terapia medicamentosa exatamente onde necessariamente serão dispensados medicamentos é uma nonsense vexaminosa. Como acolher e tratar um dependente em síndrome de abstinência, se não por meio de uma terapia medicamentosa? E de que forma se pode conceber a idéia de se dispensar medicamentos para o desenvolvimento de uma terapia, sem que a dispensação seja realizada pelo farmacêutico?

Para encurtar a argumentação, basta dizer que o Governo comete, aí, dois erros crassos e imperdoáveis. E – o que é pior -, os erros são cometidos justamente por quem jamais deveria cometê-los, que é o Ministério da Saúde, a Pasta responsável pelo setor.

O Ministério erra, quando agride todo o vasto conjunto normativo (leis, resoluções, portarias etc.) que obriga os estabelecimentos, inclusive os que recebem pacientes em regime de internação, a manterem o farmacêutico, em tempo integral, para cuidar do armazenamento e dispensação dos medicamentos. A dispensação é um serviço exclusivo e indelegável do farmacêutico, segundo a legislação.

Erra, também, quando dá as costas para o conhecimento, para a ciência e para a técnica farmacêuticos. Eles atestam a necessidade de o profissional farmacêutico estar à frente da dispensação, por ser ele o profissional qualificado para tal. O farmacêutico é a excelência em medicamentos e em farmacoterapia, porque, na Universidade, onde fez a Faculdade de Farmácia, preparou-se intensamente para isso. 

Ao cometer os dois erros tão graves, o Ministério da Saúde mergulha num poço de contradições e anacronismo, e rasga as suas próprias recomendações versadas em portarias e resoluções sobre a importância do farmacêutico no contexto da saúde. Só a título de exemplo, ao criar a Política Nacional de Medicamentos, por meio da Portaria 3916/98, que, entre outros objetivos, aponta para o uso seguro e racional de medicamentos, o Ministério da Saúde confia ao farmacêutico o papel estratégico e de liderança nesse esforço de proporcionar à população a segurança no uso do produto farmacêutico.

A orientação é recomendada pelas organizações nacionais e internacionais de saúde. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Saúde a reconhecem como parte essencial do uso correto do medicamento que levará ao tratamento desejável, à recuperação da saúde e à cura da doença. Por isso, o Ministério afirma, categoricamente, que “a orientação é o melhor remédio”.

Mas, ao mesmo tempo, o órgão toma do farmacêutico aquilo que lhe prometera, que lhe dera. Que fique bem claro que os direitos inalienáveis do farmacêutico não podem ser aviltados, subtraídos, solapados por Ministério nenhum. Eles estão assegurados por lei e, por conseguinte, estão acima de equívocos e ambigüidades ministeriais. Esses direitos foram conquistados, ao longo de anos de luta de uma categoria digna, honrada, que marcha sob a bandeira da qualificação técnico-científica, com o objetivo de servir bem à sociedade. Portanto, os farmacêuticos têm que integrar as equipes multiprofissionais que atuarão no CPAS AD III. Não pedimos nada que não nos é de direito.

Os serviços que os farmacêuticos poderiam prestar, como integrantes das equipes multiprofissionais que atuarão nas ações de combate ao crack, são muitos. Mas fiquemos na assistência. Só, aí, já se justifica a participação dos farmacêuticos nesse esforço de salvar a juventude brasileira dessa que é considerada uma das maiores “pragas” da humanidade.

O farmacêutico poderá orientar o uso dos medicamentos e fazer o acompanhamento farmacoterapêutico do paciente dependente químico. A sua orientação é valiosíssima. Nenhum medicamento está livre de provocar um efeito adverso. Ou seja, de não apresentar o seu lado ruim. Ele pode gerar, por exemplo, graves reações adversas. É a orientação, segundo o próprio Ministério da Saúde, que faz a diferença.

Ao dispensar o medicamento, o farmacêutico, um educador e sanitarista por excelência, prestará orientações sobre o uso correto ao paciente, livrando-o do perigo de que ocorram eventos adversos de interesse clínico envolvendo medicamentos entre si e entre estes e outras substâncias, como alimentos, cigarros, álcool, drogas, plantas e fitoterápicos. Há, ainda, a possibilidade de o farmacêutico intervir no tratamento, em casos de problemas relacionados a medicamentos.

Deixar o paciente dependente de drogas sem os cuidados farmacêuticos é deixá-lo entregue à sorte. Em saúde, não se pode confiar na sorte. Quando o medicamento está envolvido no contexto, é preciso confiar nos serviços farmacêuticos.

Fonte: CFF

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Brasil e EUA firmam acordo em vigilância sanitária

A Anvisa e a agência americana FDA (Food and Drug Administration) firmaram, na última sexta-feira (24/09), em Washington, um acordo de confidencialidade para a troca de informações entre as duas agências. Pelo acordo, informações relativas às áreas de medicamentos, biológicos, alimentos, produtos médico, cosméticos, tabaco, entre outras, que não são públicas, poderão ser compartilhadas entre a ANVISA e o FDA. O acesso a informações privilegiadas terá um impacto positivo no trabalho das Agências, servindo como base para o processo de tomada de decisões, podendo agilizar os processos de trabalho.

O acordo é o primeiro passo formal de articulação entre as duas agências e cria um importante ambiente de construção de confiança entre o FDA e a Anvisa que possibilita uma maior aproximação nas áreas de inspeção, registro e vigilância pós – mercado. O entendimento entre a Anvisa e o FDA é resultado de uma articulação iniciada nos últimos cinco anos com a intenção de estreitar o relacionamento da agência brasileira com as principais agências reguladoras do mundo. A assinatura abre caminho para que no longo prazo as Agências possam aproximar os seus procedimentos, por exemplo na área de inspeções, e dialogar sobre como trabalhar de forma conjunta, aproveitando a experiência de cada agência.

“Essa é uma tendência mundial. Na área da saúde são milhares as empresas em todo o mundo que devem ser visitadas. Se as agências tiveram uniformidade e unirem esforços, sem dúvida teremos abrangência bem maior”, disse o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que comanda a Missão Internacional, também destacou a importância da interlocução estabelecida entre as autoridades sanitárias do Brasil e EUA. “Isso tem um impacto brutal porque, se eu tenho acordos que me permitem reconhecer etapas já realizadas pelo FDA e vice-versa, ganho em rapidez, segurança, evito dispersão de recursos e sobreposição de trabalho”, afirmou Temporão.

O trabalho conjunto entre a Anvisa e o FDA permitirá ainda reduzir o risco sanitário dos produtos que já se encontram no mercado. Nas situações em que uma das agências identificar a necessidade de recolhimento de um produto do mercado, sua correlata estrangeira saberá da decisão automaticamente.

Na avaliação do ministro Temporão, o acordo com uma das duas mais importantes agências de regulação de tecnologia em saúde e vigilância sanitária do mundo expressa um reconhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido pela Anvisa. Em maio deste ano, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) certificou a agência brasileira como Autoridade Reguladora Nacional de referência. A Agência também é reconhecida pela OMS na área de vacinas.

domingo, 26 de setembro de 2010

Remédios milagrosos ludibriam internautas

A cura de doenças crônicas, impotência sexual e obesidade, entre outros tratamentos nada convencionais, é oferecida livremente em páginas na internet. O Diário levantou dezenas de produtos que prometem fazer o usuário perder peso dormindo, aumentar o pênis em duas semanas e até combater o câncer de próstata.

Segundo especialistas, as promessas são todas ilusórias e não existe comprovação científica para essas terapias não convencionais. Mas, em todos os sites havia sempre depoimentos de clientes anônimos e frases publicitárias que garantiam a eficácia dos respectivos tratamentos.

Em um dos casos, a atendente do site Aumente Natural confirmou que o método de aumento peniano não foi elaborado por médicos, mas garante que o resultado é "sensacional". "Até hoje nenhum cliente pediu o dinheiro de volta. Já vendemos milhares de cartilhas."

Segundo as informações da funcionária, não há efeitos colaterais na utilização do método para aumentar o órgão genital masculino "porque não se trata de remédio, e sim de um tipo de fisioterapia. São apenas exercícios. O interessado usa somente as mãos", frisou. Os "exercícios" são disponibilizados por um manual que pode ser impresso na casa do comprador, apenas após o pagamento.

Segundo Roberto Vaz Juliano, professor de urologia da Faculdade de Medicina do ABC, é absurda a venda desse tipo de produto. "Não existem medicamentos ou terapias para aumentar o pênis. Principalmente essas que falam de alongamento não têm a menor base científica."

Os remédios para melhor desempenho sexual são as ‘estrelas'' dos sites de vendas, seguidos por pílulas, xaropes e chás que prometem emagrecimento rápido sem qualquer atividade física. "As pessoas vão atrás de uma cura pela crença e mais rápida. Muitas vezes estão distantes da realidade", disse Vera Barros de Oliveira, professora de psicologia da saúde da Metodista.

É possível comprar drogas para depressão, ansiedade, diabete e colesterol, entre outros problemas de saúde. Além de melhorar o desempenho sexual, elas oferecem outras funções, como engrossar o pênis, ereção prolongada, aumento em 1.000% na produção de espermatozoides, combate à frigidez feminina e mais algumas proezas. "Não há medicamentos sem efeitos colaterais. O papel da internet é maravilhoso, mas as pessoas precisam aprender a filtrar. O charlatanismo é muito comum nestes locais", conta Juliano.

O portal que comercializa o Kit Emagrecer Dormindo anuncia que 200 mil clientes estão satisfeitos. Quem compra não precisa ir à academia. Basta tomar duas cápsulas por dia para perder até nove quilos em um mês. A empresa não respondeu ao Diário.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) criou em 2009 uma resolução para controlar a comercialização de medicamentos na internet. As pessoas que estiverem com dúvidas sobre o registro e a procedência do remédio podem consultar o site do órgão federal (www.anvisa.gov.br) ou ligar para 0800-642-9782.

Uso contínuo de ervas pode agravar problemas de saúde

Antes da comercialização banal de medicamentos pela internet, as pessoas buscavam a cura para alguns problemas de saúde nas casas do norte e em lojas de ervas. Elas ainda existem, mas perderam espaço no mercado de medicação natural.

Nesses locais ainda é possível encontrar bebidas alcoólicas que, segundo a crendice popular, melhoram o desempenho sexual de homens e mulheres, assim como as plantas pau-de-tenente, nó-de-cachorro, pra-tudo, guaraná, catuaba e outras utilizadas na produção das famosas "garrafadas".

O piauiense Eduardo Vieira da Silva, 60 anos, mais conhecido como Coalhada, é dono de uma tradicional casa do norte no centro de São Bernardo. Ele já vendeu muitas sementes para todo tipo de doença.
Agora, com a venda do Viagra e o aumento da fiscalização por parte da Vigilância Sanitária, caiu a procura por esse tipo de automedicação. Mas ainda sobraram as cachaças e a conhecida Jurubeba, entre os queijos, amendoins e outros produtos da cultura nordestina.

"As pessoas tomam para melhorar, mas isso é coisa da cabeça. Se o cabra não estiver bem, não é o um mé (bebida) que vai ajudar. Mas, como as pessoas falam, vou fazer o que?", brinca Coalhada.

Quando a reportagem chegou ao estabelecimento, havia um grupo de homens batendo papo. Ao serem questionados sobre se já haviam experimentado algum dos "coquetéis energizantes", todos negaram. Quando o dono do local começou a explicar, no entanto, eles pararam a conversa para prestar atenção. "Olha! Isso deve ser bom, hein? E, pelo jeito, não dá dor de cabeça", disse um dos homens.

O comerciante José Edilson Pereira, 50, é dono há 13 anos de uma casa de ervas em São Bernardo. Ele vende dezenas de espécies e ainda prepara as conhecidas "garrafadas" para alguns clientes. Mas quem pensa que Edilson faz as vezes de curandeiro está enganado. Autodidata no preparo dos chás e das vitaminas, ele ainda dá conselhos. "Dias desses chegou um rapaz de 20 anos querendo uma garrafada porque as coisas não estavam andando bem. Olhei na cara dele e falei: Rapaz, vai procurar um médico. Não é casca de pau nem semente que vai resolver o seu problema", disse orgulhoso.

Entre outras histórias, há a de um homem mais velho que queria ingredientes para fazer um chá que aliviasse a dor no peito. "Falei para ele ir correndo ao hospital que a coisa era séria", lembra.

Para Irene Videiras de Lima, professora de toxicologia da Faculdade de Medicina do ABC, o consumo de chás e ervas pode ser usado para aliviar doenças de baixa gravidade. Mas o uso contínuo pode provocar problemas sérios de saúde. "O que diferencia entre a droga e o remédio é a dose. As pessoas precisam tomar cuidado com esses tipos de tratamento."

Fonte: Diário do Grande ABC

sábado, 25 de setembro de 2010

Disposição em busca da qualidade de vida

Pelo menos duas vezes por semana um grupo de pessoas se reúne por uma causa em comum: a de realizar atividades físicas e sair do sedentarismo. O trabalho que tem por objetivo fazer com que os praticantes de exercícios físicos vivam bem, com disposição e se previnam de possíveis doenças, reúne só no bairro Primeira Linha em torno de 20 pessoas, entre adultos, jovens e idosos.

Integração motiva muitos a continuarem os exercícios. “Estas atividades dão mais dinamismo à vida em uma fase que começamos a perder o trilho. Depois que nos aposentamos, o trabalho já não é mais prioridade, então temos que achar novos valores, outras atividades para depositarmos energia. E aqui, além do estíimulo do corpo, estimulamos a mente também, fazemos amizades”, disse a aposentada Cleusa Spillere.

A expectativa do grupo é por uma academia ao ar livre para assim conseguirem, além das atividades já realizadas, fortalecer ainda mais o físico. “Acreditamos que com a implantação da academia outros poderão se juntar a nós, porque nem todo mundo consegue realizar certas atividades, daí todos serão direcionados da melhor maneira possível”, disse Cleusa.

O programa de caminhada orientada assistido pelo Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) realiza atividades em todo município. No bairro Primeira Linha, são feitas caminhadas todas às segundas e quartas-feiras, tudo com orientação de profissionais. “Este programa do Ministério da Saúde de Criciúma é pioneiro, buscamos com isso trabalhar a saúde preventiva através de hábitos saudáveis e atividades físicas”, comentou o professor de educação física, Ademar Somara. Junto com Ademar trabalham mais cinco profissionais, que são uma psicóloga, uma farmacêutica, uma terapeuta ocupacional e uma nutricionista. 

ANS quer planos fornecendo assistência farmacêutica

Agência Nacional de Saúde discute o fornecimento de medicamentos aos clientes dos planos

Passados pouco mais de três meses desde a inclusão de cerca de 70 procedimentos no rol de operações dos planos de saúde, a ANS (Agência Nacional de Saúde Complementar) já discute com as operadoras a revisão dessas coberturas, prevista para ocorrer em 2012. A ideia é ampliar o número de serviços, mas a principal ação que deverá ser implementada e foco das discussões da agência é para que em dois anos as empresas passem a oferecer assistência farmacêutica, à semelhança dos SUS (Sistema Único de Saúde), que fornece medicamentos a pacientes que utilizam postos e hospitais públicos. A informação foi divulgada ontem na 40ª Convenção Nacional Unimed, que ocorre em Goiânia até hoje.

O argumento utilizado pela ANS para a possível inclusão deste procedimento, de acordo com o diretor-presidente da agência, Mauricio Ceschin, é que aproximadamente 80% dos clientes de planos de saúde não conseguem completar o tratamento prescrito pelos médicos por não terem condições de arcar com as despesas de medicamentos.

Custo maior

"O fato de o cliente não conseguir tratar-se da maneira adequada por não poder pagar pelo medicamento faz com que se gere um custo ainda maior para os operadores, já que aumenta as chances de ele buscar novamente atendimento devido a uma possível piora", afirma. A revisão de cobertura dos operadores de saúde sempre gera bastante controvérsia, ainda mais quando o assunto encontra-se em discussão inicial. Entretanto, de acordo com o presidente da Unimed Fortaleza, João Mairton Pereira de Lucena, a cooperativa está disposta a adaptar-se ao possível procedimento. "É claro que nós concordamos. Quanto mais benefícios, melhor para o cliente e consequentemente para a gente. Essa discussão está sendo realizada nas câmaras técnicas, que possui um representante da Unimed Brasil. Depois, é realizada uma consulta pública para então passar a ter validade", explica o médico.

´Em função do cliente´

Segundo o titular da Unimed Fortaleza, a discussão mais evidente tem sido a forma como será aplicada a compensação financeira para essa nova cobertura, a qual irá gerar um relevante custo para os operadores. Mas Mairton Lucena descarta um repasse significativo para o consumidor final objetivando a cobertura dessas despesas. "Isso não vai ocorrer, porque a ANS é muito coerente, e a proteção sempre é feita em função do cliente.

Essa compensação será programada, feita tempo ao tempo. Durante os aumentos básicos que ocorrem anualmente, eles deverão incidir algum percentual entre 1% ou 2%. O estabelecimento desse procedimento está sendo discutido, e apesar de não se garantir que seja implantado em 2012, sua instituição é inevitável", garante.

O argumento da não aplicação de reajuste excessivo após a revisão dos procedimentos em 2012 é corroborada pelo diretor interino de normas e habilitação de produtos da ANS, Alfredo Luiz de Almeida Cardoso. "Determinar um nível de reajuste é muito difícil, mas não deve ser muito significativo. Basta comparar com a revisão ocorrida em 2008, quando incluímos 150 procedimentos, mas o reajuste foi de 6,76%, dos quais pouco mais de 1% foi referente à inclusão das novas coberturas", argumenta.

Outras metas estabelecidas pela ANS para os próximos anos incluem criar alternativas financeiras com relação ao mutualismo de faixa etária; abrir um espaço cada vez maior para que a população possa participar das decisões quanto às mudanças nos planos de saúde; e dar atenção especial aos contratos antigos, que representam 21% dos contratos com operadores, mas devido a problemas com a cobertura de alguns procedimentos são responsáveis por mais de 50% das demandas judiciais envolvendo os planos.

MUITAS RECLAMAÇÕES
STJ quer reduzir processos da saúde
STJ propõe diminuir judicialização da saúde suplementar. Processos têm abarrotado a mesa dos tribunais

Em debate realizado ontem durante a 40ª Convenção Nacional Unimed, os ministros Massami Uyeda, Paulo de Tarso Sanseverino, Laurita Vaz e Antônio Herman Vasconcellos, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), defenderam a redução do número de processos impetrados pelos consumidores de planos de saúde que têm abarrotado a mesa dos tribunais e prejudicado a apreciação de outros processos. Para isso, sugerem medidas de conciliação entre operador e cliente, a fim de evitar maiores transtornos entre as partes

Relação de consumo

Os ministros frisaram que, apesar de controversa, a relação entre as partes é de consumo e, portanto, os consumidores são protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor.

De acordo com o ministro Paulo de Tarso, a maior parte das reclamações que chegam ao Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) é contra a prestação de serviços de saúde suplementar - superior às demandas contra operadoras de telefonia e de cartão -, o que inclui recusa de tratamento e aumento das mensalidades, especialmente no que concerne à população idosa.

Outras solicitações incluem a falta de compromisso de operadores de saúde que muitas vezes prometem serviços, mas não cumprem quando solicitados. O ministro garantiu que o tribunal continuará tomando decisões jurisprudenciais, como a que declarou a abusividade de cláusulas de contratos que excluem a Aids da cobertura dos contratos, ou que limita o número de internações e de quimioterapias. "A jurisprudência não será empecilho para o desenvolvimento da saúde suplementar, mas existe para o controle caso a caso, oferecendo a resposta necessária", afirmou. Além disso, o ministro Paulo de Tarso lembrou que além de estar protegida pelo CDC, a terceira idade também encontra amparo no Estatuto do Idoso.

Já o ministro Antônio Herman criticou a falta de uma "memória institucional" no País, o que acarreta em uma repetição dos processos encaminhados à Justiça devido à falta de uma universalização das decisões jurisprudenciais.

"Aqui no Brasil, os problemas e as soluções se perdem, aumentando o número de litígios", desabafou. De acordo com o presidente da Unimed Fortaleza, Mairton Lucena, a empresa já está trabalhando no sentido de criar câmaras de conciliação e evitar questionamentos na Justiça. "A maior reclamação que chega ao Procon com relação à Unimed Fortaleza é referente aos planos não regulamentados, antigos, em que se tem uma grande limitação no rol de procedimentos, e que o consumidor vai à procura de obter esses atendimentos. Nós vamos colocar pessoas dentro do Ministério Público e do Procon com o intuito de intermediar esse tipo de questão e solucioná-la", argumenta.

DIEGO BORGES

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Estudo mostra que buscar na internet a causa dos seus males nem sempre é o melhor remédio

Você chega ao trabalho com uma tremenda dor de cabeça. Já é a terceira vez na semana. Antes de partir para mais uma aspirina, você

a) liga para marcar uma consulta médica
b) pergunta a alguém do escritório se conhece um “santo remédio” para enxaqueca
c) entra na internet e digita “dor de cabeça”

Se você escolheu alternativa C, saiba que faz parte do clube dos cybercondríacos. A definição ainda não consta do Aurélio, mas já afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Tanto que a Microsoft decidiu fazer um estudo interno com seus funcionários para descobrir quantos eram adeptos da má prática.

O estudo, publicado esta semana no “New York Times” e na rede, sugere que o autodiagnóstico via internet leva normalmente a pessoa a concluir que está muito pior do que seu real estado de saúde. O coordenador do estudo, Eric Horvitz, percebeu que ao pesquisar dor de cabeça (*), as pessoas recebem praticamente a mesma quantidade de resultados ligando a condição a um tumor cerebral e à abstinência de cafeína – mesmo que a primeira seja muito mais rara.

“As pessoas tendem a olhar apenas para os primeiros resultados”, explicou o pesquisador, especializado em inteligência artificial na Microsoft Research e diplomado em Medicina. “Se for tumor cerebral, elas simplesmente vão usar esse resultado como ponto de partida para uma nova busca”.

Os pesquisadores, porém, perceberam que as pessoas tratam os buscadores como se eles pudessem responder a todas as questões como autênticos experts no assunto.

Cybercondríacos unidos

Embora o termo cybercondria exista desde 2000, ele passou a ser mais usado dois anos depois. Refere-se à prática de chegar a conclusões apressadas (ou errôneas) durante a busca de algum assunto relacionado a saúde.

Em maio de 2002, a pesquisa “Pew Internet & American Life Project” chamou os cybercondríacos de “buscadores de saúde”. O estudo concluiu que seis milhões de americanos entravam diariamente na rede para procurar conselho médico. “Isso significa que mais gente entra online para buscar informação sobre sua saúde do que todos os profissionais de saúde somados em um dia”, disse o estudo.

Felizmente, o estudo também mostrou que, ao menos naquela época, apenas 2% dos cybercondríacos conheciam alguém que tinha ficado bem mal por seguir o conselho errado na internet.

Foi com essa preocupação que os pesquisadores da Microsoft decidiram mudar o rumo do estudo, que nasceu originalmente de um esforço para acrescentar recursos ao sistema de busca da Microsoft – tornando-o mais um “conselheiro” do que um mecanismo de obtenção de informação. Temas relacionados a saúde somam 2% do total de buscas em toda a rede.

Expert online

A pesquisa acompanhou um milhão de usuários da rede. Um quarto desse número, aproximadamente 250 mil usuários, usaram a internet para pesquisar alguma condição médica durante o estudo. 

Dos mais de 500 funcionários da Microsoft que responderam à pesquisa sobre seus hábitos de busca ligados a saúde, mais da metade interrompeu sua atividade de trabalho ao menos uma vez para pesquisar doenças graves na rede. Pior: aproximadamente um terço dos envolvidos na pesquisa perdeu ainda mais tempo e viu seu nível de ansiedade crescer ao aprofundar a busca.

Os pesquisadores disseram que a propensão dos usuários da rede de chegar a conclusões terríveis sobre seu estado de saúde já havia sido observada há muito tempo por cientistas. A diferença é que a confiança que muitos usuários depositam em um determinado mecanismo de busca os leva a conclusões erradas.

Horvitz acredita que os buscadores podem evoluir para se tornar um mecanismo mais confiável. Nos anos 1990, pesquisadores da Microsoft criaram um sistema de aconselhamento médico apenas para gravidez e cuidados com a criança. No futuro, diz, talvez seja possível detectar as dúvidas médicas e oferecer aconselhamento que não levaria os usuários da web a imaginar sempre o pior.

Os pesquisadores disseram que sua intenção não é dizer às pessoas para ignorar os sintomas. Mas ao examinar a listagem de busca perceberam que os cybercondríacos acabam tomados por uma ansiedade que poderia ser evitada.

 (*) Pesquisando “dor de cabeça” no Google, o buscador apresentou aproximadamente 2.370.000 resultados, incluindo dor de cabeça após orgasmo e ATM.

O uso indevido de antibióticos

A resistência antibiótica, resistência a antibióticos ou resistência antimicrobiana, pode definir-se como a capacidade que têm os microrganismos de resistir aos efeitos dos antibióticos. O aparecimento dos antibióticos constituiu, sem dúvida alguma, um dos momentos fundamentais das descobertas na medicina e que alteraram o panorama da saúde pública à escala mundial.

De facto, com a chegada dos antibióticos, na primeira metade do séc. XX, doenças como a tuberculose, a sífilis e algumas pneumonias foram prontamente contidas, pouparam-se, a partir daí, muitos milhões de vidas. No imaginário de muitas pessoas, esta capacidade dos antibióticos em tratar eficazmente doenças infecciosas anteriormente fatais, desenvolveu-se a ideia de que eram remédios bons para tirar a febre e para tratar infecções e inflamações de todos os tipos. Iniciou-se com essas práticas um uso excessivo e indevido que levou à resistência antimicrobiana, um flagelo que leva a que muitos dos antigos antibióticos se tornaram ineficazes, o que obriga a investigação farmacêutica a desenvolver novos antibióticos, devido ao aparecimento de novas estripes bacterianas resistentes a vários antibióticos.

Como se escreve num documento de divulgação da Comissão Europeia sobre a resistências aos antibióticos: “As infecções causadas por esses patogéneos resistentes aos multimedicamentos constituem um desafio especial de que resulta um aumento de complicações clínicas e o risco de doenças graves que outrora podiam ser tratadas com sucesso, hospitalizações mais longas e custos significativamente mais elevados para a sociedade. O pior cenário, que infelizmente não improvável, é que os patogéneos perigosos acabem por ganhar resistência a todos os antibióticos anteriormente eficazes, levando assim a um aumento incontrolado de epidemias que não poderão ser tratadas”. Vivemos pois ameaçados pelas superbactérias. Tanto a Organização Mundial da Saúde como a Comissão Europeia tem vindo a propor aos Estados que lancem campanhas dirigidas aos profissionais de saúde e ao público em geral visando estabelecer regras para quem prescreve, quem dispensa e quem toma antibióticos. As farmácias não podem ficar insensíveis a tal desafio.

Todos temos responsabilidades no bom uso dos antibióticos

Tendo passado a ser banal recorrer-se á utilização de antibióticos para toda e qualquer situação, mesmo que não se trate de uma infecção produzida por bactérias, todos nós, sem excepção, temos que ser convocados para inverter  a eventualidade de um aumento incontrolado de epidemias. Na educação para a saúde, nas acções preventivas nos centros de saúde, sobretudo na comunicação entre o pediatra e a mãe, nas farmácias, nos meios de comunicação social, temos que dizer frontal e insistentemente: um antibiótico só pode actuar sobre bactérias, não pode actuar nos vírus. Por exemplo, gripes, constipações, sarampo, hepatite, varicela ou papeira são provocadas por vírus, os antibióticos são ineficazes. A grande maioria das infecções comuns não são tratadas por antibióticos porque são de origem vírica. Depois deste esclarecimento, impõe-se outro, já referido anteriormente: o uso imoderado de antibióticos favorece o contacto das diversas bactérias com múltiplos antibióticos, as quais, pelos seus mecanismos de defesa sofrem mutações para conseguir conviver com os antibióticos, tornando-se por vezes indestrutíveis, a bactéria sobrevive ao contacto com o antibiótico.

Temos, pois, todos que mudar de comportamento. O prescritor deve: avaliar convenientemente as queixas do doente; seleccionar o antibiótico mais efectivo; evitar a escolha dos antibióticos mais recentes; basear a sua selecção no local da infecção e na probabilidade desta ser provocada por determinada bactéria; manter o doente informado da necessidade de aderir ao tratamento e dos perigos do uso indevido dos antibióticos; recusar a prescrição dos antibióticos que o doente pretende fazer em automedicação. O farmacêutico tem também pesadas responsabilidades, a saber: recusar a dispensa de antibióticos sem receita ou sem indicação médica expressa; verificar se o doente está devidamente informado sobre a duração do tratamento, alertando-o para as consequências de interromper o tratamento antes de tempo, mesmo que o doente se sinta melhor; prestar informações adicionais que considere convenientes para o uso correcto do medicamento (alguns devem ser tomados em jejum, outros às refeições, por exemplo as tetraciclinas não devem ser ingeridas com leite). O doente deve ser responsabilizado para acatar a prescrição médica e o aconselhamento farmacêutico. Além disso, deve saber agir: só deve iniciar um tratamento com antibiótico após um diagnóstico médico; a constipação e a gripe não devem ser tratadas com antibióticos porque estes não produzem qualquer efeito nestas situações; não se deve insistir junto do farmacêutico para que este lhe dispense um antibiótico sem receita médica; não deve ser considerada como melhor farmácia aquela que vende antibióticos sem receita médica; seguir com rigor as recomendações do médico e do farmacêutico sempre que for prescrito um antibiótico; cumprir o tratamento prescrito até ao fim, respeitando o intervalo entre as tomas e a duração; não interromper a terapêutica mesmo que se sinta melhor (o alargamento do intervalo entre as tomas e a suspensão do tratamento logo que se registem melhoras, são duas das principais causas responsáveis pela resistência bacteriana).

Fonte: O Ribatejo

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lei seca também para remédios

Combinação de medicamentos e
direção favorece acidentes graves
Por lei, dirigir alcoolizado ou após o uso de outra substância que altere o sistema nervoso central é considerado infração gravíssima, com multa de R$ 957,70, suspensão por 12 meses do direito de dirigir, entre outras penalidades.
O uso abusivo de medicamentos controlados cresce rapidamente no mundo e supera o volume do consumo de cocaína, heroína e ecstasy, segundo dados divulga-dos em relatório anual da Junta Internacional de Fiscalização a Entorpecente da Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade alerta que o problema é uma das causas de acidentes fatais.

Em abril de 2008, em Wisconsin, nos Estados Unidos, um ex-médico bateu seu carro contra um Honda Accord, matando a motorista, que estava grávida, e sua filha de dez anos. Segundos os promotores, o ex-médico, condenado a 30 anos de prisão, tinha altos níveis de sonífero no organismo, além ansiolítico e oxicodona (um analgésico derivado do ópio).

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dose baixa de aspirina pode proteger contra o câncer colorretal, diz estudo publicado no jornal GUT.

Estudos prévios já demonstraram que a aspirina e outros anti-inflamatórios não esteróides (AINHs) diminuem o risco de câncer colorretal. Entretanto, a menor dose efetiva, a duração do tratamento e os efeitos na sobrevida não estão definidos. Pesquisadores da University of Edinburgh fizeram um estudo caso-controle com uma grande população para explorar esta relação entre AINHs e o risco de câncer colorretal.

O estudo foi publicado no jornal GUT (An International Journal of Gastroenterology and Hepatology). Foram avaliados 2.279 casos e 2.907 controles. Os participantes responderam questionário sobre alimentação e estilo de vida. Naqueles que receberam 75mg de aspirina ao dia, uma dose baixa desta medicação, foi encontrado um risco menor para o câncer colorretal, evidenciado após um ano de uso do remédio. De acordo com o estudo, o uso desta dose durante o período de um a três anos reduziu a chance de desenvolver câncer de intestino em 19%. De três a cinco anos de uso a redução foi de 24%. De cinco a dez anos, 31%.

Não foram demonstrados benefícios para o uso da aspirina ou outros AINHs em pessoas que já estão com este tipo de tumor.

A dose de aspirina habitualmente usada para alívio de dores em adultos fica entre 300 e 900mg. A dose usada neste estudo é menor do que a indicada para crianças, mas é importante saber que mesmo dosagens baixas de aspirina podem não ser adequadas para todas as pessoas e o seu uso deve ser recomendado e acompanhado por médicos.

Este é o primeiro estudo a demonstrar um efeito de proteção contra tumores de intestino com o uso de baixa dose de aspirina (75mg ao dia) depois de apenas um ano de uso da medicação.

Fonte: GUT – An International Journal of Gastroenterology and Hepatology, publicação online de 15 de setembro de 2010.






segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Numa operação conjunta, a Polícia Federal e a Anvisa fizeram a maior apreensão de remédios de uso controlado no país.



Uma caravana de policiais federais e agentes da Anvisa parte em direção a três cidades de Pernambuco e uma do Ceará, em busca de medicamentos falsos, que atravessaram o país, desde a fronteira com o Paraguai até os sertões nordestinos. O alvo são farmácias, que comercializam os produtos contrabandeados e até medicamentos desviados dos hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde. Em pouco tempo, o material é recolhido, farmácias interditadas e uma grande quantidade de medicamentos apreendidos.

"Esta é a maior apreensão de medicamentos controlados, encontrados no país", fala o chefe de Segurança da Anvisa, Adilson Bezerra.

A sala na sede da Polícia Federal em Salgueiro, no sertão de Pernambuco, estava cheia. E os agentes continuavam recolhendo produtos falsificados, com prazos de validade vencidos, de uso proibido no Brasil ou armazenados inadequadamente nas farmácias da região.

Mais de 50 mil caixas e cerca de cinco milhões de comprimidos. Os medicamentos apreendidos em três dias de operações estão avaliados em um R$ 1 milhão. Os mais caros são os de uso controlados. E um deles, de tarja preta, são falsos.

O Pramil, para disfunção erétil, tem a venda proibida no Brasil, vem do Paraguai contrabandeado e com vestígios de falsificação. Esses remédios falsificados são fabricados na China e entram no Brasil pelo Paraguai. Nem sempre atua como estimulante sexual e apresenta sintomas danosos à saúde.

Foi dada voz de prisão para 14 pessoas durante a operação. A comercialização irregular do Cytotec é ainda mais grave. São comprimidos abortivos que podem provocar até a morte por hemorragia em mulheres grávidas.

Os agentes da Polícia Federal e da Anvisa encontraram também nas farmácias, medicamentos destinados exclusivamente a hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde, com a venda proibida no comércio.

E receituários forjados! Requisições de remédios controlados, que são usados como droga, com assinatura falsa do médico.
"Profissionais da farmácia estavam preenchendo irregularmente o receituário e dispensando para a população, medicamentos que causam dependência física e psíquica. Ou seja: estava sendo vendido droga, de forma ilícita à população do estado de Pernambuco”, fala Bezerra.

Nos últimos três anos, 400 toneladas de medicamentos apreendidos. Mais de 500 pessoas presas e cerca de 400 farmácias interditadas em todo o país. Mas isso ainda é muito pouco, em relação às irregularidades que existem no comércio de medicamentos no Brasil.


Fonte: Anvisa.

domingo, 19 de setembro de 2010

Remédio para reumatismo pode ajudar diabéticos

Cientistas da Unicamp concluíram que medicamento usado há mais de 20 anos para doenças reumáticas pode ser eficaz para reduzir a resistência de células de alguns pacientes à insulina. A diabetes tipo 2 afeta quase 5% da população no mundo

Um remédio usado há quase 20 anos no tratamento de doenças reumáticas também pode ser alternativa para combater o diabetes tipo 2 -que afeta quase 5% da população em todo o mundo.

Cientistas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) descobriram que a diacereína -comercializada com o nome de Artrodar- consegue reduzir a resistência das células à insulina.

“O diabetes tipo 2 causa um efeito inflamatório subclínico nos tecidos e nos vasos. Ou seja: o paciente não tem febre ou dores, mas a inflamação está lá e provoca danos mesmo assim’’, afirma o coordenador do trabalho, Mário José Abdalla Saad.

A diacereína age combatendo essa inflamação. A substância consegue inibir a produção de algumas proteínas, que dificultam a ação da insulina no organismo.

Uma aluna de doutorado de Saad irá defender uma tese relatando o método no fim de setembro.

Os testes com animais em laboratório devem começar em breve e, segundo Saad, os pesquisadores estão confiantes que os resultados serão “muito positivos’’.

O otimismo dos cientistas vem do sucesso do trabalho anterior do grupo, que provou que o ácido acetilsalicíclico -a popular aspirina- é eficaz contra o diabetes.

O composto age da mesma forma que a diacereína, inibindo a ação de algumas proteínas. A aspirina, porém, necessita de doses muito maiores para fazer efeito: o equivalente a dezenas de comprimidos comuns.

Quantidades tão elevadas podem causar sangramentos gastrointestinais e “zumbidos’’ no ouvido, o que inviabiliza seu uso em humanos, afirma o coordenador.

Baixo custo
O tratamento com a diacereína é promissor, de acordo com os pesquisadores, porque seu uso já é consagrado no mercado. Isso reduziria os custos de aplicação, uma vez que a patente está próxima de cair, e também as dificuldades para liberação de testes em humanos.

“O futuro está em encontrar novas aplicações para drogas que já existem’’, afirma o cientista. (das agências)

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